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URBAN YOUTH já valorizou vários espaços urbanos do concelho de Famalicão, através da pintura de murais, numa iniciativa do Município com a parceria de “A Casa ao Lado”, envolvendo mais de uma centena de jovens na preservação da identidade local.
São já 11 os murais criados e pintados em diferentes pontos do concelho de Vila Nova de Famalicão no âmbito do projeto “Urban Youth” que envolve os jovens na preservação da identidade e da memória coletiva.
Um dos murais embeleza a área de lazer junto ao parque desportivo das Ribeiras, na freguesia de Gavião, e foi ontem visitado pelo presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha.
Com o projeto “Urban Youth”, promovido pelo município, através do pelouro da Juventude, em parceria com “A Casa ao Lado”, “estamos a dar um contributo para perpetuar a história e a memória coletiva” afirmou Paulo Cunha que enalteceu a participação dos jovens.
“Cada jovem que participa nesta iniciativa é tocado por ela na medida em que fica a conhecer melhor a comunidade, quer viva nela ou não” reforçou o edil famalicense.
Cada projeto envolve, no máximo, 20 jovens, mas este número “é simbólico” assumiu Paulo Cunha, assumindo que o objetivo é que “todos os jovens façam parte da memória coletiva”.
“Estamos a dizer aos jovens que participem na definição do seu futuro sem perder as raízes com o passado” acrescentou o presidente da Câmara.
Para criar o mural do Parque das Ribeiras, os jovens inspiraram-se e estudaram a história e as lendas associadas ao surgimento da freguesia de Gavião, nomeadamente a ave e a árvore.
Paulo Cunha mostrou-se surpreendido pelo resultado e pelo processo, sobretudo pela forma como conseguiram pôr o imaterial - a história da freguesia - num suporte físico e num espaço que é importante para a comunidade.
Outra mais-valia do mural é “suscitar a curiosidade” de outros em relação à história da freguesia de Gavião. Dirigindo-se aos jovens, realçou: “mais pessoas, como vocês, vão poder perceber como surgiu Gavião ou vão ter elementos para ir à procura da história”.
O edil famalicense apontou que o objetivo é realçar os elementos identitários de cada freguesia, “não por razões bairristas, mas para reforçar a necessidade de quem vive naquela comunidade ir à procura das duas origens”.
“Neste caso são os jovens que proporcionam esta oportunidade” fomentando o convívio inter-geracional, sublinhou Paulo Cunha.
O presidente da Junta de Freguesia de Gavião, António Brandão, destacou o envolvimento dos jovens e mostrou-se satisfeito com o resultado que “representa bem a história da freguesia”.
Ricardo Miranda, um dos diretores artísticos de “A Casa ao Lado”, faz um balanço “muito positivo” do projeto “Urban Youth”.
Para Ricardo Miranda, “não é só o acto de pintar, é o acto de conhecimento da história de cada local e o acto de se relacionar.
O dirigente de “A Casa ao Lado” vê no projecto “um espaço de encontro e de trabalho em conjunto” que proporciona aos jovens envolvidos e já foram mais de uma centena - a oportunidade de “ficarem a conhecer melhor o território do concelho”.
Para Gonçalo Lopes, de 16 anos de idade, um dos jovens envolvidos no “Urban Youth”, o mais importante do projeto
“não foi a pintura, mas o ambiente gerado” que formou “quase uma família”. O jovem assumiu que não conhecia Gavião, mas ficou a conhecer melhor.
Correio do Minho 01 de agosto de 2019