“O caminho é melhorar o projecto europeu e não acabar com ele”
Porque educar para a cidadania europeia é uma tarefa que diz respeito a todos, o pelouro da Juventude da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão tem em marcha alguns que atuam junto das novas gerações, com o objetivo de as sensibilizar para a necessidade de participarem ativamente nas decisões, nomeadamente naquelas que são determinantes para a definição do futuro coletivo. Na rua, na freguesia, no município, no país, e numa União Europeia que também é a nossa.
“Mais Cidadania Jovem”, “Semana Europeia da Juventude”, “Cidadania em Rede”, “Erasmus +”, são apenas algumas das ferramentas que
o município tem usado, ora como promotor, ora como parceiro, para promover uma cidadania plena, que não só é um direito, como um dever.
Consciente de que os jovens se alheiam facilmente das decisões, a vereadora da Juventude, Sofia Fernandes considera que cabe aos decisores a capacidade de se reinventarem para captar a sua atenção. Como vereadora assume esse esforço de procurar chegar cada vez mais a eles, e mostra uma visão otimista do futuro: “acredito mesmo que este alheamento tem tendência a mudar. Sinceramente acredito que a juventude tem tendência a mudar, e que os jovens tendem a ser mais participativos. Um jovem que pertence a uma associação - e temos feito um trabalho a esse nível apoiando a sua capacidade de iniciativa -,tem uma visão diferente do que é a sua participação em sociedade, e isso vai traduzir-se numa maior adesão aos processos de decisão. Acho que isto, paulatinamente, vai mudar”.
Sofia Fernandes admite que esta mudança pode não ter ainda uma visibilidade mensurável no imediato, mas tem a certeza de que “este trabalho vai dar frutos daqui por uns anos”. “Os jovens devem acreditar na Europa, devem acreditar que os países, juntos, conseguem aquilo que não conseguem sozinhos. A nossa realidade, a realidade de Portugal é o que é porque estamos na Europa”, frisa, e remata: “o caminho, apesar de todos os defeitos que possa ter, é melhor o projeto europeu, e não acabar com ele”.
Instrumentos ao serviços de uma Europa de todos e para todos
“Mais Cidadania Jovem” é um dos projetos promovidos pela autarquia. As visitas aos Paços do Concelho servem para contextualizar os jovens acerca do processo político que está por detrás das decisões, uma iniciativa que extrapola para a escala europeia. “Nós já não somos só cidadãos portugueses. Somos europeus, e os jovens nascem neste quadro de uma Europa sem fronteiras”, esclarece Sofia Fernandes, segundo a qual este projeto procura materializar essa realidade, servindo de complemento ao trabalho que também é feito nas escolas. “O que é que nós lucramos em ser cidadãos europeus? Tudo. É importante que os jovens saibam que tudo o que hoje temos, só temos porque estamos na União Europeia. Se não estivéssemos não teríamos”, frisa, na certeza de que os fundos estruturais e de coesão trouxeram Portugal para um quadro de desenvolvimento que não conseguiria atingir isolado.
Outro dos projetos promovidos pela Câmara Municipal, é o da Semana Europeia da Juventude, que decorreu de 29 abril a 5 maio, que tem como tema “Democracia e EU”. Sensibilizar para as eleições Europeias, dar a conhecer precisamente as oportunidades Erasmus+, o projeto Corpo Europeu de Solidariedade, e o Programa Discover EU (2 a 16 de maio), são alguns objetivos da jornada.
No âmbito do projeto a Casa da Juventude recebeu cinco turmas da Escola Profissional Cior, para dinamizar o jogo da Europa. Foi ainda exibido um filme que aborda também questões da Europa.
Para além das matérias mais programáticas, as escolas com ensino secundário foram desafiadas para, através dos alunos do Parlamento Jovem, dos Clube da Europa, ou delegados de turma, para debater o tema “A minha Europa…”, recolhendo sugestões de melhoria para a Europa (Estratégia Europeia de Juventude). A ideia é que as escolas que aceitem o desafio façam enviar as suas opiniões para que sejam remetidas ao coordenador da Eurodesk, que as fará chegar ao Parlamento Europeu.
“Cidadania em Rede” é outro dos projetos dinamizados pelo município, atuando através das associações. Yupi e Pasec têm sido as grandes interlocutoras, com, o objetivo de “provocar as associações ou jovens que queiram integram projetos que envolvam a Europa, envolvendo jovens de outros países, numa lógica de intercâmbio”, esclarece a vereadora.
Para além disso a autarquia famalicense também é mediadora do projeto europeu “Erasmus +”, que promove o contacto dos jovens famalicenses com outras realidades europeias. “Diria que as escolas famalicenses estão a trabalhar muito bem esta área. Nós somos como que um complemento desse trabalho”, conclui.
O Povo Famalicense, 14 de maio de 2019
